Revista TABU, SOL n.º 208

Revista TABU, SOL n.º 208, 27 de Agosto de 2010
Texto de RITA SILVA FREIRE
Fotografias de HELENA GARCIA

“O Tempo de Anabela” - com 33 anos de vida e 15 de carreira,
a ex-vencedora do Festival da Canção edita o Disco de Homenagem “Nós”



"Não há fome que não dê em fartura. Há já quase dois anos que não se ouvia fa­lar dela mas, de repente, o seu nome voltou para as páginas de jornais e re­vistas. Anabela acaba de lançar Nós, um disco-homenagem aos cantores portugueses dos anos 50, 60 e 70. E, ao mesmo tempo, abandonou a produção de Fado - História de um Povo, um mu­sical de Filipe La Féria, de que ia ser protagonista, pouco tempo antes da es­treia. Correm rumores de que encena­dor e cantora se incompatibilizaram, depois de mais de uma década a traba­lhar juntos. Mas Anabela é rápida a ne­gá-los. «Não nos zangámos. Aliás, tudo não passou de uma questão profissio­nal», explica ao SOL. «E nem cheguei a falar com o Filipe La Féria».
O que aconteceu, diz, é que tinha compromissos para a promoção de Nós, pelo que iria ter de faltar, cerca de duas noites por mês, ao musical. De acordo com Anabela, isso não se­ria problema, pois uma substituta as­seguraria o espectáculo nessas noi­tes. Foi só após três semanas de ensaios que percebeu que essa subs­tituta nunca existiria. Como Anabela não possui o dom da ubiquidade, e como já se tinha comprometido com o disco, abandonou o musical. «Sem zangas», reforça.
Aliás, é com um sorriso estampado na cara, de quem não tem problemas com o mundo, que Anabela vai falan­do sobre si. «Este ano comemoro vinte e cinco de carreira», afirma. É difícil acreditar. A cantora parece ter esses mesmos 25 de vida. Baixinha, magri­nha, com ar de miúda, é a prova viva de que as aparências enganam. «Te­nho 33 anos. Comecei a cantar aos oito». E a verdade é que o tempo passa rápido e engana a memória menos atenta. Já lá vão 17 anos desde o dia em que, aos 16, a jovem celebrizou a canção de Paulo Carvalho "A Cidade Até Ser Dia". Quase duas décadas de­pois, é ainda esta canção que logo sur­ge na memória quando se pensa em Anabela.

Mas muito mais aconteceu na vida da cantora, que desde então lançou já vários álbuns e foi protagonista de vários musicais. Nascida há 33 anos em Almada, desde muito pequena que Anabela descobriu na voz uma voca­ção. Família e amigos estavam habi­tuados a ouvi-la, ainda criança, a can­tarolar por todo o lado. Até que um dia, um amigo da mãe, palhaço de pro­fissão - costumava animar festas no Jardim Zoológico -, chamou a atenção para a voz de Anabela, sugerindo que a pequena devia começar a cantar em festas e espectáculos para os mais no­vos. «Comecei a fazer espectáculos de música infantil e a cantar em festas de Natal. Ao mesmo tempo, ia participan­do em festivais que existiam no país, promovidos pelas câmaras munici­pais, dirigidos a crianças. E ganhei imensos prémios», conta. A partir daí nunca mais parou. Gravou o primeiro single aos nove anos. E aos 12, em 1989 participou no concurso A Grande Noite do Fado. Em 1991 lançou "Anabela" e, em 1992 "Encanto".

Mas foi no ano seguinte, em 1993, que a carreira da então adolescente Anabela deu um grande salto, quando realizou um sonho que a acompanha­va desde sempre: participar no Festi­val da Canção. «Estava à espera de fa­zer 16 anos para poder concorrer. As­sim que os cumpri, fiz de tudo para conseguir». Mas não foi fácil. Candi­datou-se com dois pares de canções. Nenhuma foi aceite. Anabela não de­sistiu. Descobriu um tema de Pedro Abrantes, Marco Quelhas e Paulo de Carvalho que ainda não tinha intér­prete. Falou com eles e convenceu-os. E lá conseguiu ir ao Festival RTP da Canção. «Não esperava ganhar», diz. «Estava a concorrer contra grandes nomes, como o José Cid». Mas o im­provável aconteceu e Anabela, de 16 anos, classificou-se em primeiro lu­gar, deixando todos os outros para trás.
Graças a isso, rumou à Irlanda, para representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção em 1993. Na mala le­vava consigo os livros da escola, que também já a tinham acompanhado em Lisboa. «Estava em exames nessa altu­ra, tinha mesmo que estudar». Lia até a mãe a chamar para entrar em cena. «Estudava até entrar em palco. Tinha consciência de que era importante, de que tinha de passar. Mas depois fecha­va os livros e entrava noutro mundo». A jovem Anabela arrecadou, na Irlan­da, um 10.° lugar, com 60 pontos. E pas­sou de ano.

Quando voltou para Portugal, a sor­te já estava lançada. Participou no programa de televisão "Grande Noite", dirigido por Filipe La Féria. De­pois, foi convidada para "Cabaret", também produ­zido por La Féria e transmitido pela RTP. A partir daí nasceu uma relação que se prolonga­ria até hoje. Depois des­tes programas, o encena­dor convidou-a para fazer "Jasmim ou o So­nho do Cinema", agora já no Politeama. E, em se­guida, o musical "Amá­lia", na Madeira. Depois, Anabela andou em tour­née, durante cerca de dois anos e meio, com o músico espanhol Carlos Núñez, que a convidou a participar no seu disco "Mayo Longo".

No regresso voltou aos musicais, no­vamente pela mão de La Féria, que a convidou para fazer o "My Fair Lady". Seguiram-se-lhe "Canção de Lisboa"; "Música no Coração", "Jesus Cristo Su­per Star" e "West Side Story". Pelo meio;, Anabela gravou discos como "Primeiras Águas" (1996), "Origens" (1999), "Aether" (2005) e "Encontro" (2006).

E, como energia é o que não lhe fal­ta, a par de toda esta actividade, licen­ciou-se em Psicologia, no Instituto Su­perior de Psicologia Aplicada (ISPA). Mas não foram tempos fáceis. «Foi di­fícil conciliar tudo porque, felizmen­te, sempre tive muito trabalho. Às ve­zes tinha mesmo que faltar às aulas. Mas gostava muito de entrar nesse ou­tro mundo. E sempre tive uma grande capacidade de me focar».

No entanto, nunca exerceu. «Não me imagino num consultório, com uma placa a dizer Anabela Pires, Psi­cóloga», diz a rir. Mas imagina-se inte­grada num projecto, especialmente se este estiver relacionado com artistas e artes de palco. Por isso, conta, agora está a frequentar um mestrado em Psicologia da Linguagem, na Univer­sidade Autónoma de Lisboa. «Sempre me interessou a questão da voz e dos processos psicológicos da performan­ce artística. Quem sabe se um dia não vou poder explorar esta área da Psico­logia. Até porque é uma pena ter tira­do o curso e nunca ter feito nada».

O futuro, sabe, é incerto. Mas não tem medo de correr riscos. Agora vai trabalhar na promoção do disco e aca­bar o mestrado. E espera regressar aos musicais que adora fazer. Quer conti­nuar a cantar e a actuar. E gostaria de ter um projecto na área da Psicologia, relacionado com a formação de acto­res ou voltado para crianças com ta­lento. Já cumpriu o sonho de protago­nizar "Música no Coração" e "West Side Story". E é difícil ter sonhos quando já se alcançou tanto. Um dia. porém, gos­tava de ser a Mary Poppins"

Fonte: Revista TABU, SOL n.º 208, 27 de Agosto de 2010

Artigo Revista TV7dias - Edição 1223


"Vida Nova" preparou várias surpresas para Anabela


Imagens do Dia: Laurent Filipe e Anabela nas "Noites de Verão" em Arganil

21 Agosto - Anabela e Laurent Filipe nas “Noites de Verão 2010” em Arganil


Já é o quinto ano consecutivo que a Câmara Municipal de Arganil promove este êxito que anima as noites longas e quentes na Vila de Arganil. "Noites de Verão 2010" teve início no dia 7 de Agosto e vai decorrer até ao dia 28 deste mês.

Todos os Sábados, pelas 21h30, a praça Simões Dias é palco de um conjunto diversificado de espectáculos. O sábado dia 21 de Agosto, conta com a participação de Laurent Filipe e Anabela, com “Grandes Canções do Século XX”

Concertos Antena 1

Neste Verão, de 2ª a 6ª feira às 23:12, têm sido transmitidos vários concertos na Antena1.


Com a produção e comentários de Ana Sofia Carvalhêda, é transmitido hoje dia 19 Agosto, o Grande Concerto de Anabela realizado no passado dia 18 Junho, no Auditório dos Oceanos do Casino de Lisboa, aquando a Apresentação Oficial do cd "Nós".

Para ouvir online, clique em http://www.rtp.pt/wportal/popups/player.php?canal=1 às 23h12m

Artigo da Revista VIP: “Simone de Oliveira apoiou Anabela no Showcase do Corinthia Hotel”

Simone de Oliveira, foi uma das amigas de Anabela que fizeram questão de assistir ao espectáculo dia 28 de Julho no Terrace Lounge do Hotel Corinthia.

Simone de Oliveira escutou atentamente todas as músicas e no final fez questão de dar um abraço à amiga e lhe dar os parabéns pelo concerto. É que, entre outras, Anabela interpreta em “NÓS” uma música de Simone de Oliveira, “Degrau em Degrau”.

Anabela já fez saber que “Degrau em Degrau” “é dos melhores e mais fortes temas do CD pela carga emocional que contém. E tal como a música, o abraço entre as duas artistas está carregado de sentimentos.”
Texto: RB ; Foto: José João Sá

Single "Pensando em Ti" e Entrevista ao Destak


"Nós" é a nossa melhor música, que nos identifica»

Destak - Qual foi o maior desafio em fazer este CD?
Anabela - Foi tentar trazer alguma frescura a cada canção, não desvirtuando os originais.

Destak - Foi difícil escolher os temas?
Anabela - Foi muito difícil. Ouvimos cerca de 400 canções. Um dos critérios foi perceber quais foram as canções mais marcantes de cada década e quais os cantores fulcrais. Tinham de ser grandes sucessos, com os quais me identificasse.

Destak - Este disco é uma homenagem à música lusa ou é para dar a conhecer às novas gerações?
Anabela -
O maior objectivo foi homenagear os cantores, as canções e os compositores destas décadas. Foram muito importantes e contribuíram para que pudéssemos ter o património musical extraordinário que temos.

Destak - «Nós» refere-se à nossa música?
Anabela - O título resume bem o que quis transmitir. É a nossa melhor música, que nos identifica enquanto povo português. Também tem a ver com a carga emocional que a musica tem, com a capacidade de nos marcar.

Destak - Precisava de maturidade para cantar estas músicas?
Anabela - Senti-me mais madura e convicta de poder pegar nestas canções e com mais à vontade para cantar nesta linguagem mais próxima do swing, pop, jazz, que as pessoas não estão habituadas a ouvir

Por Filipa Estrela em Destak : http://www.destakes.com/redir/38c58c338821e70373c03b2a20888c02